quarta-feira, 30 de julho de 2008

Céu Novo de Chegar o Verão


A fingir nuvens de possível chuva, num Verão que teimou em sê-lo...deitei o meu olhar no horizonte senti-me azul e terra e dia e noite e todas as estações. Deambulei pelas searas, fui guerreira, desânimo, choro e gargalhada. Quando esperei calor, gelei. Quando o Inverno estava à minha porta, escorri suor e deitei-me na chuva a refrescar os sentidos. Agora que olho estes prados ainda verdejantes, o pasto do amanhã, sinto-me gota de orvalho e por isso deixei de ter lágrimas. Vou ficar seca como a palha…mas será só um dia, mais tarde. Hoje permito-me o devaneio de olhar para traz, para o que fui ou não fui. Nem sei se rio ou choro ou nada, absolutamente nada de sentir o querer sentir. O ontem serve-me apenas para saber que hoje não vou voltar a ser assim amanhã. O que uma seara, que esconde videiras de vinho redondo, pode dizer e provocar apenas só por olhar.

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