
quarta-feira, 30 de julho de 2008
Sombras de luz apagada

Diagonais
Divindades
Espectro Celestial
Espelhos de céu
Inclinado Sobre o Meu Olhar
Solitária no Areal Imenso
Longa extensão de areia,
Mar de ondas em novelos de espuma,
Acutilante Farol, como ameia
De um castelo, onde durma
O guardião da tua solitária esteira.
E o teu corpo esquecido abandonado
A fundir-se em nevoeiro e ocaso,
Despertou o meu curioso olhar.
Voyeuse em olhar parado,
Num tempo sem voz e sem prazo,
Que diga porque navegar…
Em bravo mar ou céu imenso e alado,
Ou no imenso areal húmido e sem par.
VIAGEM
Leques de Luz
Céu Novo de Chegar o Verão
A fingir nuvens de possível chuva, num Verão que teimou em sê-lo...deitei o meu olhar no horizonte senti-me azul e terra e dia e noite e todas as estações. Deambulei pelas searas, fui guerreira, desânimo, choro e gargalhada. Quando esperei calor, gelei. Quando o Inverno estava à minha porta, escorri suor e deitei-me na chuva a refrescar os sentidos. Agora que olho estes prados ainda verdejantes, o pasto do amanhã, sinto-me gota de orvalho e por isso deixei de ter lágrimas. Vou ficar seca como a palha…mas será só um dia, mais tarde. Hoje permito-me o devaneio de olhar para traz, para o que fui ou não fui. Nem sei se rio ou choro ou nada, absolutamente nada de sentir o querer sentir. O ontem serve-me apenas para saber que hoje não vou voltar a ser assim amanhã. O que uma seara, que esconde videiras de vinho redondo, pode dizer e provocar apenas só por olhar.
O mesmo caminho..outra Estação

Esta estrada que me leva
Pelo acesso reservado aos meus passos
Em neblinas invernosas
Ou apenas sob mantos de folhagens primaveris.
Esta estrada que me leva
O olhar nos ventos cardeais
E aceita com a mesma vontade o meu passar
O meu corpo a pisar esta terra batida
A minha vontade de voltar
Sempre que eu quiser
Sempre que for Verão, ou Inverno
Outono de ramos nus
Ou Primavera de verdes e fartas veste.
Esta estrada que me leva
Este caminho meu e dos meus olhos
Como gosto de o reter nas batidas da minha emoção.